Todos os dias nos deparamos com uma chuva de propagandas, principalmente nas redes sociais. As vezes um simples vídeo que assistimos pode estar apresentando um produto ou serviço como uma forma de fazer o convite para seu consumo. E os convites vão desde roupas, eletrônicos, maquiagem, jogos até cursos, procedimentos estéticos, aplicativos de Marketplace e por ai vai! O convite ao consumo não tem mais limites!
Facilmente encontramos ofertas de consumo a um clique ou a um deslize de dedos. Antes para comprar algo era necessário sair de casa. Hoje, no conforto da palma de nossas mãos encontramos com facilidade os mais diversos produtos, com possibilidade de facilidades para pagamentos, descontos, cash back e frete grátis. Nunca foi tão fácil consumir e se perder no consumo. Quer comer alguma coisa? Ifood! Quer um produto importado? Shopee! Quer produtos eletrônicos e livros? Amazon! Apenas para citar algumas lojas virtuais e aplicativos. O que não falta é a opção de arranjar um produto novo para chamar de seu. 😅
Mas será que é errado consumir? Então, consumir o necessário para se viver bem não é errado, o problema está no consumismo. E você sabe qual a diferença de cada uma dessas atitudes? Segundo o dicionário Michaelis, consumo é o uso ou aquisição de bens e serviços conforme a nossa necessidade, já o consumismo é o uso ou aquisição exagerado, sem necessidade. Por exemplo, precisamos de roupas para nos vestir e ir estudar, trabalhar, realizar nossas atividades, mas se compro roupas toda semana e o armário está cheio de peças nunca usadas, ainda com a etiqueta, está havendo um exagero.
Os espíritos nos contam em O Livro dos Espíritos, nas questões 711 a 717, que temos o direito ao uso dos bens da Terra, visto que são meios necessários para vivermos bem. Mas esses mesmos meios são uma prova a cada espírito, já que temos que aprender a lidar com a tentação do prazer do consumo. Cada vez que que fazemos o uso excessivo dos bens, o maior prejudicado somos nós mesmos, sendo que alguns prejuízos são pagos por toda a humanidade, pois alguns exageros têm grande impacto na natureza como um todo. Aprender os limites do consumo é um ato de sensatez, que alguns só irão perceber no momento que sofrerem as consequências do mau uso do que Deus nos deixou a disposição.
O problema é que vivemos em uma sociedade de consumo, imersos em uma cultura materialista. Por ainda estar caminhado para o aprimoramento moral, nossa sociedade ainda define as pessoas pelo o que elas têm e consomem. Somos o que estudamos? A profissão que buscamos? As roupas que temos? O meio de transporte que usamos? Os amigos que colecionamos? Ou tudo é um empréstimo passageiro desta encarnação?
No livro Adolescência e Vida, Joanna de Ângelis comenta sobre essa questão do ser ou ter. Parte deste conflito está relacionado ao quanto a sociedade atual está preocupada com o poder, tanto em termos de status quanto em termos aquisitivos, e no ter. Os valores morais estão de lado, enquanto que o valor monetário está em alta. Ter status e destaque na sociedade atualmente é uma questão do que se é capaz de adquirir: o mais novo Iphone, estudar na melhor escola particular da cidade, comprar o novo tênis da Nike, ter muitos seguidores no Instagram ou Tik Tok e monetizar com isso, e por ai vai!
A sociedade está com os olhos fechados para a vida espiritual e Joanna de Ângelis nos dá aquela sacudida para acordarmos para vida: precisamos rever a competitividade cruel e desumana. Joanna nos convida a olhar para as necessidades espirituais, de crescimento moral, de valores ético-morais, de autoconhecimento, do amor ao próximo. O patrimônio espiritual é eterno, o patrimônio físico é passageiro. Só levamos conosco o bem que fazemos a nós e aos outros. O que temos não nos define, mas sim o que somos em nossos corações. 😃
Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, no Capítulo 16, temos algumas instruções dos espíritos sobre esse assunto. O espírito Pascal nos deixa bem claro que o que temos durante nosso tempo encarnado na Terra não passa de um empréstimo, ou seja, tudo o que consumimos é passageiro e os exageros tem preço caro. O que é nosso, que ninguém tira e que levamos conosco é nossa evolução moral, nossa inteligência e os conhecimentos adquiridos nas encarnações. Todo o resto não passa de uma bagagem que não tem como levar para a vida espiritual. O tesouro que precisamos levar é o tesouro dos céus, ou seja, nossas virtudes. 😊
Fica aí a pergunta para refletirmos: estamos consumindo ou sendo consumidos? Vivemos em um mundo material, ainda somos seres ligados a matéria, então o uso da matéria é necessário à nossa evolução espiritual. Aprender a fazer um bom uso é importante para que saibamos consumir de forma responsável. Do contrário, seremos consumidos pelas redes sociais, pelos logaritmos, pela matéria, pelos exageros, pelos excessos. Se não soubermos usar a matéria para nossa evolução ela será o meio pelo qual iremos falhar na nossa encarnação. Precisamos urgentemente entender o verdadeiro valor das coisas e quais as coisas que realmente devemos dar valor!
Vamos conversar mais sobre esse tema na nossa próxima live de sábado às 18h no YouTube com nosso podcast! A live será no canal do Cefak no YouTube! Aguardamos você no Podlá!
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Referências
Dicionário Michaelis – https://michaelis.uol.com.br
O Livro dos Espíritos – Allan Kardec
Adolescência e Vida – Psicografado por Divaldo Franco, Ditado por Joanna de Ângelis
O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec
