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Família a o Conflito de Gerações

Ei, você, jovem espírita!

Já se viu numa situação onde você julgou seus pais como “velhos” e “atrasados”? Você e seus pais já brigaram a respeito de algo (profissão, escola, vida afetiva, religião, amizades, família, futuro), a ponto de impactar fortemente a relação entre vocês? Ou seja, ficou “um climão” por muito tempo?

Quem nunca?

O lar deve ser local de alegria, prazer e júbilos, segundo Joanna de Angelis.(1) Sabemos disso.

E no lar existem pessoas de gerações distintas: a maneira de encarar a vida é diferente tanto para o jovem e como para o adulto. São fases diferentes de vida, com suas riquezas, preocupações e oportunidades. Cada uma delas com sua beleza própria.

No entanto, a relação entre pais e filhos nem sempre é aquela maravilha. Pais que tem uma visão infantilizada dos filhos, superprotetores, que lhes projetam sonhos e frustrações, que não incentivam o diálogo, que agem com maus tratos físicos e psicológicos e que dão maus exemplos são alguns das dificuldades que o lar poderá viver.

E por que há o conflito entre as gerações? Relacionaremos aqui algumas dessas causas.(2)

Começa que as visões de mundo entre as gerações, as quais identificadas por fenômenos históricos, sociais, políticos, econômicos, pela linguagem, comportamento, são muito diferentes.

Outra causa motivadora diz respeito aos diferentes valores e interesses de cada geração. Atualmente um dos desafios dos adolescentes e dos jovens é a hiper valorização da imagem e das conquistas materiais, o modismo, o estímulo ao prazer imediato e à competição desonesta, disseminados pela televisão e mídias sociais. É confundir deveres como direitos. Ao mais experiente cabe apontar ao jovem o que realmente importa.

O tipo de educação envolvida é outra questão a ser considerada. Os modelos autoritários ou permissivos de educação devem evoluir para modelos que permitam o diálogo, o desenvolvimento da compreensão, da educação dos sentimentos. Este processo inicia dentro do lar, onde se estabelece a base da formação e dos sentimentos das novas gerações.

Outro motivo: a luta pelo poder. Sim, os conflitos existentes entre adultos, idosos e jovens diz respeito sobre “quem tem razão”, seja o jovem, por sua capacidade de rápida assimilação das mudanças do nosso tempo, seja os adultos, com sua compreensão de mundo e vivências. É necessário a interação dessas duas realidades, desses dois modos de compreender e atuar no mundo.

Necessidade de autoafirmação. Necessidade de construção de uma identidade própria. Esta é uma das características principais da adolescência. Estão “redigindo o livro da própria vida”.

Por fim, devemos ter muito claro que todo esse processo precisa ser compreendido dentro da Lei do Progresso. Somos espíritos imortais num processo contínuo de auto burilamento e de evolução e com a oportunidade, inclusive, de apaziguar com os desafetos do passado, que muito provavelmente, estarão compondo nosso círculo familiar.

Ei, jovem! Ei, pais!

As diferentes visões de vida entre as gerações não são uma ameaça! Não precisam ser. São apenas diferentes. Essa diversidade do ser humano, com seus valores, sentimentos, experiências, visão de mundo é extremamente rica!

As diferenças entre as gerações não precisam se transformar em conflito. A diversidade entre jovens e adultos, entre pais e filhos auxilia e muito no processo de mútua compreensão e crescimento. Segundo Haroldo Dutra Dias(3), esta interação deve ser caracterizada por uma comunicação não violenta (CNV)(4) e pela negociação. Sim, isso mesmo, a negociação, o diálogo, a colaboração mútua, sincera, honesta, empática a respeito da maneira de que cada um vê e pensa o mundo. O que não podemos fazer é transformar as diferenças naturais em conflitos.

Então, vocês podem estar se questionando: por que os pais (ou aqueles que assumem esta função) põem limites, regulam e até mesmo restringem ações dos filhos, uma vez que afirmam que os amam? Não seria isso uma contradição? O prof. Mário Sérgio Cortella esclarece a questão:

Prevenção e solução para o “conflito de gerações”:

Buscar outras formas de convivência, de interação, para entender melhor as diferenças. Dessa forma, a “diferença entre gerações” não evoluirá para conflito. O conflito é uma forma equivocada de entender as diferenças.

Vejamos até onde o conflito de gerações poderá alcançar.

Jovem espírita, você é espírito imortal, que traz consigo toda uma bagagem moral e intelectual, fruto das infinitas experiências anteriores, inclusive com as virtudes e imperfeições.

Convidamos você a ampliar sua compreensão de mundo, de vida, quanto às experiências que vive no lar, na escola, no trabalho, nos ambientes sociais, profissionais, na internet.  Você tem melhores condições para o diálogo que propiciará o encontro das gerações, por meio do amor, humildade, da fé, esperança, empatia e o desejo sincero de ser uma pessoa melhor a cada dia.

Algumas atitudes(5) que você poderá começar imediatamente na família:

  1. Para melhorar o relacionamento com os pais experimente concordar com eles, dar-lhes satisfação de seus atos, pedir orientação. Ficará surpreendido com os resultados.
  2. Nunca lhes cobre nada. Seus pais podem não ser os melhores do mundo, mas esteja certo de que são aqueles que merece. E, afinal, sem eles não estaria colhendo os benefícios da reencarnação. Você lhes deve isso. Honra teu pai e tua mãe.

Bora começar?

Vamos conversar mais sobre esse tema na nossa próxima live de sábado às 18h no YouTube com nosso podcast! A live será no canal do Cefak no YouTube! Aguardamos você no Podlá!

O que achou do conteúdo? Gostaria de fazer algum comentário sobre o tema? Ficou com alguma dúvida? Deixe seu comentário!

(1) Constelação familiar – Joanna de Angelis
(2) O jovem espírita quer saber – Grupo de Esperanto Pac-horo
(3) Conflito de gerações – vídeo – https://www.youtube.com/watch?v=ecsHqz6_FrE
(4) Rosenberg define a Comunicação Não-Violenta como uma abordagem da comunicação, que compreende as habilidades de falar e ouvir, que leva os indivíduos a se entregarem de coração, possibilitando a conexão com si mesmos e com os outros, permitindo assim que a compaixão se desenvolva. Quanto à expressão Não-Violenta, o psicólogo faz uso da definição de Gandhi, se referindo a uma condição compassiva natural que aparece quando a violência é afastada do coração.
(5) Não pise na bola – Richard Simonetti

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